quarta-feira, 31 de julho de 2013

Abaixo os cargos de confiança!

Certa vez a ONG fez uma manifestação. O assessor de um parlamentar ficou encarregado de tabular alguns dados e repassar-nos. Passou dia, passou semana, passou mês e nada. Irritado, questionei a minha secretária. Ela revelou-me o segredo. A figura era filho de um prefeito do interior, e estava no gabinete apenas ocupando um espaço político. Peguei o telefone, puxei meu lado Felipão, e xinguei forte. Meia hora depois, o e-mail com os dados estava comigo. Isso não é exceção. Milhares de pessoas, o lixo da iniciativa privada, cidadãos que não servem para quase nada, agregam-se aos partidos políticos. São os “aspones” que comandam o segundo e terceiro escalão dos ministérios, as secretarias e as empresas públicas. Vivem de mamar nas tetas do governo. Não é que não sirvam para absolutamente nada, emprestam suas tristes figuras às maracutaias de toda sorte. Ressalvem-se as exceções de sempre. O país não anda. Os serviços são péssimos. Há desvios, desperdícios e inutilidades. É muita gente ganhando para não fazer nada. Os impostos são altíssimos. O Brasil pode procurar em sua própria história a solução desses problemas. Qual foi o período de maior crescimento econômico e melhor desempenho da máquina pública, mercê de uma carga tributária muito inferior? Gostem ou não, foi no período militar. A boa notícia, porém, está em que o que foi feito não depende de ditadura nem de restrições à democracia. Médici, em cujo mandato ocorreu o ápice do chamado “milagre brasileiro” com crescimento sempre acima de 10%, detestava os políticos de toda sorte. Mesmo dos empresários que se metiam a fazer politicagens. Durante o regime militar a administração do Brasil foi feita pela elite dos funcionários públicos de carreira. Ficaram conhecidos como os tecnocratas. O máximo que havia eram coronéis da reserva que vigilavam o viés político, mas, mesmo esses, eram servidores públicos e conheciam a máquina. Corrupção houve também, mas muito pouca comparada com o que agora ocorre. Nos países que chamamos de primeiro mundo, ocorre a mesma coisa. A administração pública é profissionalizada e eficiente. O povo saiu às ruas e quer mudanças. Como traduzir essas mudanças num projeto concreto de país? A sugestão que faço é a de entregar a administração pública a quem é do ramo, que estudou para passar num concurso sério, e fez toda uma carreira dentro de sua instituição. Centenas de Joaquins Barbosas espalhados pelas repartições. Com uma pitada de meritocracia, poderíamos ser uma potência econômica como somos gigantes no futebol.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Segurança pública já!

Em tempos de protestos e reivindicações, a ONG Brasil Sem Grades quer colocar a segurança pública na pauta das mudanças. Por isso, no dia 18 de agosto, domingo, das 10h30 às 15h30, promoveremos uma mobilização pacífica no Brique da Redenção, em Porto Alegre. Queremos mostrar para os governantes que quem está vivendo atrás das grades somos nós, cidadãos. A lei brasileira está a favor dos bandidos e contra as vítimas. Enquanto não tivermos uma legislação que acabe com a infinidade de brechas, a população continuará vivendo sob as grades da própria casa. Precisamos sair da zona de conforto e cobrar dos políticos de forma intensa a revisão do Código de Processo Penal. Um exemplo disso é a ação do dia 18 de agosto, em que os participantes poderão tirar fotos com atores vestidos de presidiários e enviar para os deputados, ilustrando a prisão do cidadão de bem e a liberdade dos criminosos. No ano passado, a ONG criou a Cartilha Nacional de Propostas com 15 medidas de revisão do Código de Processo Penal, em parceria com os promotores do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Fabiano Dallazen, Fábio Sbardellotto, Mauro Fonseca Andrade e Mauro Luís da Silva. O documento está disponível no site: www.brasilsemgrades.org.br. Também apoiamos a campanha Pelo Fim da Impunidade, que está coletando assinaturas por todo o Brasil em prol da revisão do Código Penal, e a divulgação da Lei Estadual de proteção, auxílio e assistência às vítimas (Lei 11.314). Aproveite a oportunidade e mobilize também a sua cidade!