segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Um verbo chamado Violência!

Eu procrio
Tu abandonas
Ele vagabundeia
Nós alimentamos
Vós absolveis
Eles violentam

Diagnosticar corretamente um problema significa metade de sua solução. Os últimos vinte anos trouxeram a tese de que a criminalidade decorre do modelo econômico capitalista. Assim o criminoso, de agente do mal, passou a ser visto como vítima da sociedade. Policiais, civis ou militares, em lugar de heróis do bem na luta contra o mal, são encarados como torturadores, corruptos, agentes da ilegalidade. Vigiem-lhes os passos com rédea curta. Aos inocentes compete sofrer em silêncio. Só desse modo compreende-se a louca lógica que rege a lei penal vigente.

Quinhentos anos de história não foram capazes de gerar um país justo. Éramos injustos, mas seguros. Morador de uma pequena cidade, por muitos anos deixei meu carro aberto, na rua, defronte o negócio. Hoje, chaveado, alarme ligado, totalmente segurado, fica protegido atrás dos muros. Continuamos um país absolutamente iníquo juntando a isso o campeonato mundial da violência.

Se o sistema capitalista é injusto, e é, como o sistema feudal da Índia, mais injusto ainda, produz menos crimes que nos EEUU? Fala-se também na escolaridade, esquecendo-se de que a Califórnia é o Estado com dois recordes – o maior orçamento educacional e a maior população prisional. Violência tem a ver com educação sim. Aquela dada pela figura paterna, que impõe limites, respeito ao direito dos demais. Conhecimento científico vem do professor. Formação do caráter é responsabilidade intransferível da família. Não por outro motivo 57% dos presos americanos não conhecem um ou ambos os pais ( pesquisa de Harvard). Estatísticas em Brasília (*) mostram quadro semelhante no Brasil. Desestruturação familiar essa é a verdadeira semente da criminalidade.

Numa terra tão sofrida, numa vida tão difícil, vamos furtar do povo o prazer simples e gostoso do sexo? Sem a culpa de pôr no mundo um filho que não terá condições materiais de criar. É criminoso desconhecer a Lei 9.263, da paternidade responsável. Graças ao empenho de Dona Ruth Cardoso é direito de qualquer cidadão. Todos os métodos e técnicas são assegurados. Todos os homens ou mulheres, com mais de 25 anos, têm direito à vasectomia ou laqueadura de trompas, sem maiores exigências. Ou, independente da idade, qualquer cidadão que tenha dois filhos vivos. Proclamemos essa nova aos quatro ventos. Autoridades de saúde habilitem-se a prestar esse serviço!

Não existe na língua portuguesa ou em qualquer outra língua do mundo um verbo que expresse o ato de criar uma sociedade extremamente violenta. Seria um verbo mais do que irregular. O absurdo é tão grande que teríamos de criar nova categoria - o verbo caótico. Conjugado com mostrei acima.

Mulheres que procriam sem maiores dores de consciência. Homens que as abandonam com se fossem um papel de embrulho do prazer. Filhos jogados ao léu. Quem foi amado, como fui, por meu único rebento, não pode compreender essa atitude. O carinho de um filho é a maior benção que podemos receber na vida. A solidariedade, esse imenso coração brasileiro, vai as alimentando. Leis, que leis? Absolvem-se todas as faltas.

O fruto de tudo isso nos ataca e violenta!

(*) Conclusões de Pesquisa no Complexo Penitenciário da Papuda, 1996. “O ambiente familiar desestruturado contribui sobremaneira para a deformação do caráter dessas pessoas”.

Um comentário:

  1. Luiz, sou pai de dois filhos. Uma garotinha de 11 anos e o caçula, de apenas 1 ano e 3 meses. Sempre me preocupei com a formação de caráter dessas duas "ferinhas" que tenho em casa. Eu e minha esposa queremos não errar nesse quesito. Não sei se o sucesso nessa formação depende exclusivamente da gente, mas estamos fazendo nossa parte, com certeza. Que deixar um mundo melhor para eles e acredito que isso seja possível. Lendo teu blog e teu site percebo que tu também acredita. Essa é a pedra fundamental de todo projeto natural ou espiritual. A fé. Fica com Deus e saiba que, assim como tu, muita gente, muita mesmo, lê teus artigos e posts e acredita e tem fé em fazer desse nosso pequeno mundo, um lugar mais agradável de viver.
    Alec Candia

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