segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A crônica de um fracasso

Saiu o relatório “Mapa da Violência 2013”, das mortes matadas por armas de fogo na última década. No período, mudamos a lei do porte de armas, fizemos um plebiscito, muito debate, muita propaganda, muito dinheiro público foi gasto na compra de armas da população e a que ponto se chegou? A lugar nenhum! No início do milênio, começamos com cerca de 34.985 mortes por ano, e terminamos 2010 com 38.892. Em termos percentuais sobre a população de 100.000 habitantes, que é a forma usual de medir esses dados, passamos de 20,6 casos para 20,4. Mudança insignificante. Pessoalmente não gosto de armas, mas sempre considerei essa alternativa inútil, pois o que todo mundo imaginava acabou acontecendo. Quem entregou as armas? Quem não precisaria tê-lo feito. As grandes quadrilhas agora, como antes, dispõem de armas de grosso calibre, granadas, explosivos etc... O Rio Grande do Sul teve uma melhora aparente. Ocupávamos a 11.ª posição e hoje passamos ao 17.º lugar. Aparente sim, pois não houve qualquer avanço. Permanecemos com o mesmo número de casos anuais – 1.700 em termos absolutos, e exatamente o mesmo percentual: 16,3 mortes por 100.000 habitantes. Todo esforço, inclusive de nossa ONG, foi em vão. Mas o relatório, ao mesmo tempo, enche-nos de esperança. São Paulo, o Estado mais populoso do país, teve a melhoria mais expressiva. Passou de 10.600 casos por ano, para 3.800. Uma espetacular melhora 67,5%. Lá a Segurança Pública foi tratada pelos métodos tradicionais. Nada de Territórios da Paz. Aumento de efetivo, qualificação da investigação criminal e construção de vagas prisionais. Agora o estarrecedor mesmo é a comparação com as guerras no mundo. De 2004 a 2007 houve 62 conflitos. Lembramo-nos apenas daqueles que aparecem na mídia, como o Iraque e o Afeganistão, mas houve outros na Somália, no Nepal, no Congo etc. Todos eles somados produziram 208.349 óbitos. Nesses mesmos quatro anos, o pacífico Brasil, em paz, chegou quase à mesma quantia: 147.373 óbitos. Torço para que esses dados abram as cabeças das pessoas que acreditam em tratar bandido a pão de ló, em não punir, em abusar dos indultos de Natal. Rezo para que comecem a arrefecer em suas crenças e a dar-se conta de que quem entende de segurança é a policia civil, a polícia militar, os agentes penitenciários, os promotores e os juízes. São Paulo provou que o bom e velho feijão com arroz pode funcionar.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Mobilização na Redenção

No próximo final de semana, domingo dia 18 de agosto, faremos nossa MOBILIZAÇÃO PELA SEGURANÇA, com QUALQUER TEMPO. Por absoluta coincidência de disponibilidade de datas do Brique da Redenção, nossa mobilização coincidirá com o aniversário de 11 anos do enterro do Max. Desse modo, haverá uma missa de todas as vítimas de violência do Estado do RS às 10h da manhã na Igreja que fica ali ao lado da Redenção (Igreja do Divino Espírito Santo, Rua José Bonifácio, 753). Peço não só o comparecimento de todos, mas também que nos ajudem a divulgar via internet, facebook e outras redes sociais esse evento. O objetivo maior é colocar o tema SEGURANÇA PÚBLICA na pauta dos problemas nacionais e que o Congresso passe a votar a enorme quantidade de projetos (muitos deles bons) que dormem nas gavetas do parlamento. Abaixo os dados da mobilização: Faremos uma mobilização no Brique da Redenção, no dia 18 de Agosto (domingo), das 10h às 15h30, para mostrar à sociedade que quem está vivendo atrás das grades somos nós, a sociedade de bem. Vista a camiseta do seu ente vitimado pela violência ou uma camiseta preta e nos ajude a protestar nesse dia. Primeiramente, teremos a missa de 11 anos de falecimento do Max Fernando de Paiva Oderich e de todas as vítimas de violência do Estado do RS às 10h na Igreja do Divino Espírito Santo, localizada na Rua José Bonifácio, 753. A partir das 10h40, teremos a representação de um grupo de teatro das pessoas vivendo atrás das grades nos boxes 1 e 2 do Brique, em frente ao Colégio Militar. Também colheremos assinaturas para a campanha Pelo fim da impunidade www.pelofimdaimpunidade.com.br que tem por objetivo alterar o Código Penal nos seguinte itens: • Aumento do período máximo de prisão de 30 para 50 anos. • Aumento da pena mínima para o crime de homicídio simples, de 6 para 10 anos. • Elevação do tempo para progressão de pena. • Volta do exame criminológico para concessão de benefícios penais. Distribuiremos adesivos e cartilhas da campanha Chega de Braços Cruzados e divulgaremos a lei estadual 11.314, que garante proteção, auxílio e assistência às vítimas da violência no Estado. Ajude a divulgar! Chega de braços cruzados!