quarta-feira, 25 de abril de 2012

Dia da Educação

Queria agradecer, neste 27 de abril, véspera do Dia da Educação (28) à professora que, em 1957, reprovou-me em português, quando estava no segundo ano primário. Bendita aquela professora que impediu que eu seguisse em frente daquele jeito. O tempo mostrou que não me faltava inteligência, faltava-me maturidade. Aquela lição foi muito maior do que a de linguística. Aprendi a não desistir, a procurar uma nova janela, no lugar da porta fechada. Hoje quase não existem mais professores como antigamente. Com os atuais “trabalhadores em educação”, isso não teria acontecido. Eu teria sido mandado em frente, para não ficar “traumatizado”, e teria atrasado meus colegas. Pior, deixaria de apreender duras e necessárias lições de vida. Tudo o que fazemos ou deixamos de fazer tem consequências. Somos senhores de nosso destino. É preciso descobrir um modo de dar a volta por cima. Com certeza fiquei chateado na época, vendo os coleguinhas seguir em frente. Por certo tempo, imaginei que jamais dominaria essa língua difícil. Depois disso, passaram algumas oportunidades por mim que aproveitei. Podia não ser bom na escrita, porém podia ser útil em outras coisas. Descobri que poderia liderar. Português, na verdade, aprendi apenas quando estudei latim. Ali havia a lógica que eu procurava. Com o tempo, entendi também que havia coisas que tínhamos apenas de aceitar, mesmo sem entender ou concordar. O resto, a leitura de muitos livros e os reveses da vida foram ensinando. Ainda restam alguns exemplares de professores do tipo bom, daqueles que sabem que é preciso ser exigente, que a qualidade é tão ou mais importante que quantidade, que punir ou reprovar é demonstrar amor e interesse pelo sucesso do pupilo. A esses, mesmo que sejam poucos, sempre desejo um Feliz Dia da Educação. Aos outros, comemorem também essa data, com todo orgulho e respeito que merece. Quanto ao 15 de outubro, Dia do Professor, deixem para nós, os saudosistas, de métodos e resultados muito diferentes dos atuais.