quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Somos pais de verdade?

Dia da padroeira do Brasil, dia para presentearmos os nossos filhos. Só isso? A reflexão que quero levantar é se estamos sendo pais de verdade. Se estamos praticando o que denomino: a paternidade responsável. Estudos comprovam que crianças e adolescentes que se criam sem uma figura paterna têm mais risco de se envolverem com drogas, com a prática de atos antissociais, de abandonarem os estudos e de entrarem para a delinquência juvenil. Estamos vivendo um momento cultural, no qual percebemos que, mais do que nunca, foi sentida a ausência da figura paterna em casa. Conforme pesquisa realizada pelo professor Jorge Trindade, com adolescentes da antiga FEBEM, hoje denominada de Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do Rio Grande do Sul (FASE), o denominador comum para 62% destes casos era a ausência da figura paterna. A delinquência juvenil independe de classe social, haja visto o exemplo dos jovens que atearam fogo no índio Galdino, em Brasília, ou os que espancaram uma empregada doméstica na parada de ônibus, no Rio de Janeiro. A desculpa esfarrapada de que imaginavam que ela fosse uma prostituta, não conserta a violência praticada. E daí, e se fosse? Estes são episódios famosos, mas o dia a dia está cheio que casos semelhantes, sem a mesma repercussão na mídia. Pergunto: o que fizeram estes pais com seus filhos? Que tipo de educação? Será que eles sabem o que é amor? Dia 12 é domingo, dia de estar junto da família. Um bom momento para refletir. E, por isso mesmo, gostaria que todos os pais, ou até mesmo os futuros, avaliassem tal responsabilidade para que não criem os delinquentes de amanhã. Temos que atuar na base, enfrentar o problema. A criança tem de aprender limites dentro de casa, para aprender a respeitar as leis de convívio social na vida adulta. Ou fazemos isso, cada qual em seu pequeno mundo, ou não haverá grades nem prisões que resolverão o problema. O Brasil só será um país de verdade, um Brasil seguro, quando for um Brasil com pais de verdade.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Eleições 2014

Entre as muitas causas da criminalidade, está a legislação frouxa. Nessa eleição, a ONG Brasil Sem Grades quer começar a criar uma bancada de legisladores comprometidos com as mudanças do Código de Processo Penal e no auxílio às vítimas de violência. Inicialmente, temos cinco candidatos a Deputado (a) Federal de vários partidos e distintos Estados: Rio Grande do Sul: Paula Ioris – 4524 – PSDB •Representante na Serra da ONG Brasil Sem Grades. •O filho de 13 anos foi assassinado, em janeiro de 2012, em Caxias do Sul. •Mais informações: https://www.facebook.com/paula.ioris São Paulo: Marisa Deppman – 4516 – PSDB •O filho de 19 anos foi vítima de latrocínio, em 2013, mesmo tendo entregue o celular ao bandido. •Mais informações: https://www.facebook.com/Marisa.Deppman.4516 São Paulo: Keiko Ota – 4096 – PSB •O filho foi assassinado, em 1997, de forma brutal aos oito anos. Candidata a reeleição. •Mais informações: https://www.facebook.com/keikootadeputada Rio de Janeiro: Rodrigo Maia – 2587 – DEM •Apoiador do Movimento Gabriela Sou da Paz •Mais informações: https://www.facebook.com/RodrigoMaiaRJ Pará: Eleninson Santos – 7070 – PtdoB •Apoiador do Movida (Movimento pela Vida) •Mais informações: https://www.facebook.com/Dr.ElenilsonSantos Todos são pessoas que estão engajadas nas lutas da ONG Brasil Sem Grades. Dentro de suas possibilidades peço que os apoiem. Se você não mora em um desses locais, mas conhece alguém que more, por favor, repasse essa minha solicitação.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

O legado da Copa

Os médicos auscultam o coração, medem a temperatura, cruzam informações, requerem os exames, sempre com objetivo de obterem o melhor diagnóstico. A cura começa por aí: saber-se exatamente qual é o mal que aflige ao paciente. No que diz respeito à criminalidade, o brasileiro tem uma resposta. Todos respondem em coro – a culpa do aumento dos crimes reside na falta de educação e na má distribuição de renda. O Governo concorda com essa ideia, e, por isso, cria os “territórios da paz” e programas semelhantes. D’outra sorte, libera a nossa legislação já liberal por si, uma vez que não temos criminosos, mas excluídos sociais. Deixar frouxo o semiaberto e não controlar as tornozeleiras é consequência. Apesar dos inegáveis sinais de melhoria nos indicadores sociais dos últimos anos, a nossa taxa de criminalidade continua crescente. Aí surge a dúvida – o diagnóstico estará correto? Há muito tempo a ONG Brasil Sem Grades diz que, quando falamos em criminalidade, a educação que nos falta é aquela que se adquire em casa. Temos de cumprir com nossas obrigações e respeitar os direitos alheios. Coisa de pai e mãe, coisa de berço. Por outras razões, é óbvio que precisamos melhorar a nossa educação e a distribuição de renda. A outra vertente é infundir respeito às autoridades e às leis. Mostrar ao infrator que seus atos terão consequências. Isso se faz com policiamento ostensivo nas ruas e vagas nas cadeias. São Paulo que persegue esse modelo tem os melhores índices de violência, mercê de seu tamanho enorme e das grandes diferenças sociais. Nunca se viram tantos policiais em Porto Alegre como nos últimos dias. A Brigada Militar recebeu inúmeras câmeras para fazer monitoramento eletrônico. A pergunta é: como ficaram os nossos índices de criminalidade? Reduziram-se ou não na grande Porto Alegre? Quem tem razão afinal? Para nós, o legado da Copa indica que o cerco aos criminosos e o controle da impunidade funcionam. Para muitos, o mais difícil de tudo talvez seja aceitar isso.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Conviver sempre. Enfrentar Jamais!

Quando Jango caiu, a inflação anual andava pelos 90% ao ano. Não quero entrar em discussões históricas ou acadêmicas sobre os quês e os porquês disso. Feita a revolução de 64, atacados vários problemas que causavam essa anomalia econômica, acabou surgindo a primeira indexação – a correção monetária para preservar a poupança. Achava-se, naquela época, que a inflação tinha um “ladinho bom”: acelerava o crescimento. Portanto, precisávamos conviver com isso. O ovo da serpente fora posto no ninho para ser chocado. A sopa de letrinhas cresceu por trinta anos. Criamos o INPC, o IGPM, o “overnight” e sei lá quantas mais. Cada índice adequado a um determinado setor, sempre na ideia de conviver com o problema dos aumentos de preços, que foram pulando de patamar em patamar. Os assalariados viam a cada dia seu poder de compra diminuir. Dessa reclamação, vários planos foram idealizados. Na hora de pôr em prática aparecia o problema. Combater a inflação tinha vários aspectos ruins, não era algo que poderia ser feito sem choro nem ranger de dentes. Quem teria coragem? Até Fernando Henrique, ninguém! A partir de 1980, a criminalidade começou a crescer por conta do núcleo familiar que havia se desfeito com o surgimento da pílula e das mudanças no comportamento sexual. Nascia uma geração sem respeito a qualquer tipo de valor. Fizemos o quê? O jeito brasileiro. Tratamos de achar modos para conviver com a insegurança – as grades, os muros, as câmeras de vídeo, os condomínios fechados etc... Ninguém até hoje conseguiu pôr na cabeça das pessoas que quem ENSINA português, matemática, ciências é a escola. Quem EDUCA são os PAIS! Agora chegamos ao futebol. Não podemos mais ter jogos com duas torcidas adversárias. Estamos matando o esporte nacional. Futebol é a partida, mas é também a flauta, o trote, a brincadeira, o puxar uma carroça junto com os amigos derrotados e os adversários tirando sarro. Isso é vida. Isso é uma saudável bobagem. Torcida única, metade dessas lindas arenas vazias é conviver com a baderna. As mulheres têm um pouco de razão. Está faltando homem. Homem com “culhão” e com coragem. Os órgãos de segurança pública têm de identificar os baderneiros, impedi-los de comparecer a jogos de futebol. Depurar as organizadas. Ser duro. Enfrentar, enfrentar, enfrentar, até que, em se acabando as causas, acabem-se os efeitos.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Uma esperança para a sociedade brasileira

Paula Ioris de Oliveira, representante da ONG Brasil Sem Grades na Serra Gaúcha, perdeu seu filho Germano, 13 anos, em janeiro de 2012. Ger, como era chamado, retornou da praia onde estava de férias com a sua família. Estava ansioso para rever seu amigo Vinícius Fernandes, que também voltava de férias. No dia 24 de janeiro, visitou o amigo para comemorar o aniversário dele, ocorrido na semana anterior. Neste dia, dois ex-empregados do pai de Vinícius, Gilson Fernandes, assassinou os três e jogou os corpos em um precipício. Mas ela soube transformar a dor e a tristeza em força para ajudar outras pessoas, para melhorar a sociedade e para continuar acreditando que é possível superar uma perda tão dolorosa. Sua batalha começou de forma pessoal. Ela e o marido, Rogério de Oliveira, iniciaram em 24 de janeiro de 2013 a ação ?Fazer o bem no dia 24?, em homenagem ao filho. Com o passar do tempo, aquilo que era apenas uma tentativa de seguir em frente se transformou em algo muito maior. Eles passaram a oferecer apoio a outras famílias vítimas de violência por meio de reuniões, caminhadas e encontros. A receptividade do público, os convites para participar de eventos, programas de TV e rádio, entre outras aparições públicas acabou transformando o casal em porta-voz das famílias vítimas de violência. Nessa trajetória, surgiu a necessidade de externar e levar a dor e o sofrimento desses pais aos espaços de decisão. Foi assim que Paula foi convidada e decidiu aceitar o desafio de entrar na vida pública. Concorrerá a Deputada Federal, no Rio Grande do Sul, pelo PSDB. Suas bandeiras serão a revisão do Código Penal e de Processo Penal e a reforma e mudança no atual sistema prisional. Formada em Psicologia pela UCS e com experiência em gestão de empresas, a pré-candidata a Deputada Federal, Paula Ioris, representará as demandas de pessoas vitimadas pela criminalidade e impunidade em todo o país. Nascida em Caxias do Sul e casada há 25 anos com Rogério de Oliveira, é mãe também de Guilherme.