terça-feira, 16 de novembro de 2010

A Vida Humana Não tem Preço!

Início de 2003, primeiro governo Lula, o Ministro dos Transportes entrevistado pela televisão disse que seria revista a licitação da BR 101, “porque a gente sabe como o PMDB faz as coisas”. Uma clara insinuação contra Eliseu Padilha, que deixara o ministério. A obra atrasou, mas nunca se soube quanto dinheiro a sociedade economizou, se economizou. Hoje, todos aliados, não se fala mais disso. As únicas pessoas que perderam foram os familiares das vítimas das duplicações que atrasaram. Do ponto de vista humano, se uma das vítimas foi seu familiar, valeu a pena?

Ano passado, encontrei o Secretário de Segurança, General Goulart, na PUC. No bate papo informal, ele me disse que passava 70% de seu tempo envolvido com as questões dos presídios. E, mesmo assim, com o Secretário dando prioridade um ao assunto, com determinação da Governadora, com a imprensa em cima, os presídios não saíram ainda.

Qual é o problema? Do ponto de vista de engenharia, as casas prisionais são obras bastante simples. Financeiramente falando, todos dizem haver verbas federais, além do empenho expresso do governo estadual. Onde está o mistério e por que algo considerado urgente leva tanto tempo? O problema é a negociação política com as comunidades. Todos querem segurança, todos querem o bandido preso, mas longe de sua casa.

Quando forem construídas e ocupadas essas novas vagas, os índices de criminalidade do Rio Grande do Sul cairão rapidamente, de modo expressivo, mesmo não sendo a solução final para esse problema tão complexo da segurança pública. Falando mais claramente ainda, vidas serão poupadas. Por isso, de público, peço ao novo governo que continue com o trabalho que já chegou ao ponto em que estamos. Se nosso Estado precisa acabar com a “generalização” da política, aqui pode ser um bom local para demonstrarmos essa nova vontade.

Do pouco que conheci do General Goulart e de sua equipe, guardo a melhor das impressões. Um servidor público, cercado de servidores profissionais da segurança, conhecedores das regras e regulamentos do serviço público. Nada de “aspones” meramente políticos.

Vamos pensar primeiro na população. Vamos construir os presídios já!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Vestibular para Crianças

O que eu estava fazendo no dia 13 de dezembro de 1968, quando foi decretado o AI-5, que marcou o endurecimento da ditadura? Queria ser professor. Estava fazendo vestibular para a Faculdade de Filosofia.

Embora hoje eu seja um empresário, nunca deixei de acompanhar as desditas de uma classe a que, um dia, cheguei a considerar seriamente a proposta de pertencer. A propósito, minha esposa insiste que essa seria a minha verdadeira vocação.

Acredito no poder transformador da educação. Na necessidade da escola pública de boa qualidade, gratuita e universal, mas me revolta profundamente o desrespeito com que são tratados os professores no momento. A escola tem de ser aberta, tem de acolher a todos, em especial aos mais carentes, mas isso não quer dizer que aos mestres não cabe impor condições para receber os alunos em sala de aula. Tudo na vida tem limites.

Minha proposta é bem simples. Antes de ingressar no primeiro grau, todas as crianças deveriam ser submetidas ao vestibular das “palavrinhas mágicas”. Quem souber usar as palavrinhas entra. Quem não souber, papai e mamãe levam de volta para casa e só a trazem novamente quando elas tiverem apreendido. Ficam para o semestre seguinte para uma nova tentativa.

Quais são essas palavrinhas mágicas? “Por favor; muito obrigado; com licença; desculpe.” Coisas do gênero. As crianças precisam demonstrar que os pais ou responsáveis a estão EDUCANDO. Ela precisa mostrar respeito às pessoas que as vão ensinar, elas precisam demonstrar que sabem conviver em sociedade.

Estamos, pouco a pouco, dando valor novamente à palavra não. Já é consenso de que não é possível permitir tudo aos filhos. Da mesma forma, nossa ânsia de termos um país sem analfabetismo deixa-nos com a ideia de que temos de ter uma aceitação incondicional da criança. Alguns dirão que, ao fim e ao cabo, só os pequenos terão prejuízo. Negativo. Nossa legislação já permite processar aos pais por abandono intelectual. E, ao final, se for necessário abrir uma exceção: o aluno não poderia passar ao segundo ano sem ser alfabetizado e sem saber as mágicas palavras, do bom convívio social. Que se manifestem os contrários, para que tenhamos o bom debate.