terça-feira, 22 de abril de 2014

Conviver sempre. Enfrentar Jamais!

Quando Jango caiu, a inflação anual andava pelos 90% ao ano. Não quero entrar em discussões históricas ou acadêmicas sobre os quês e os porquês disso. Feita a revolução de 64, atacados vários problemas que causavam essa anomalia econômica, acabou surgindo a primeira indexação – a correção monetária para preservar a poupança. Achava-se, naquela época, que a inflação tinha um “ladinho bom”: acelerava o crescimento. Portanto, precisávamos conviver com isso. O ovo da serpente fora posto no ninho para ser chocado. A sopa de letrinhas cresceu por trinta anos. Criamos o INPC, o IGPM, o “overnight” e sei lá quantas mais. Cada índice adequado a um determinado setor, sempre na ideia de conviver com o problema dos aumentos de preços, que foram pulando de patamar em patamar. Os assalariados viam a cada dia seu poder de compra diminuir. Dessa reclamação, vários planos foram idealizados. Na hora de pôr em prática aparecia o problema. Combater a inflação tinha vários aspectos ruins, não era algo que poderia ser feito sem choro nem ranger de dentes. Quem teria coragem? Até Fernando Henrique, ninguém! A partir de 1980, a criminalidade começou a crescer por conta do núcleo familiar que havia se desfeito com o surgimento da pílula e das mudanças no comportamento sexual. Nascia uma geração sem respeito a qualquer tipo de valor. Fizemos o quê? O jeito brasileiro. Tratamos de achar modos para conviver com a insegurança – as grades, os muros, as câmeras de vídeo, os condomínios fechados etc... Ninguém até hoje conseguiu pôr na cabeça das pessoas que quem ENSINA português, matemática, ciências é a escola. Quem EDUCA são os PAIS! Agora chegamos ao futebol. Não podemos mais ter jogos com duas torcidas adversárias. Estamos matando o esporte nacional. Futebol é a partida, mas é também a flauta, o trote, a brincadeira, o puxar uma carroça junto com os amigos derrotados e os adversários tirando sarro. Isso é vida. Isso é uma saudável bobagem. Torcida única, metade dessas lindas arenas vazias é conviver com a baderna. As mulheres têm um pouco de razão. Está faltando homem. Homem com “culhão” e com coragem. Os órgãos de segurança pública têm de identificar os baderneiros, impedi-los de comparecer a jogos de futebol. Depurar as organizadas. Ser duro. Enfrentar, enfrentar, enfrentar, até que, em se acabando as causas, acabem-se os efeitos.

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